O dia 20 de novembro é conhecido como o Dia da Consciência Negra, data que marca a morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes negros do Brasil que lutou pela libertação do povo contra o sistema escravista. Mas muitas pessoas não compreendem amplitude do termo “Consciência Negra”.
Para conversar com os jovens que integram a turma 2021 do Projeto Preparando o Futuro, ninguém melhor que a nossa ex-aluna, da turma de 2020, Lívia Ferreira de Paula. Além de ser uma exímia escritora, ela é integrante do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Francisco Morato e fez a gentileza de gravar um vídeo explicando os motivos de ainda existir a diferenciação entre “Consciência Negra” e “Consciência Humana”. O link do vídeo está logo ao final deste texto.
Sobre o assunto, nosso aluno Alberto destacou: “Vale reforçar a essencialidade de ações para inserção do negro na sociedade e movimentos de lutas e protestos contra o racismo, e o que inclui acesso à direitos básicos e maior expectativa de vida. (…) Acima de tudo, tenhamos respeito pelo outro, lembremos que cor de pele não define caráter e que devemos lutar pela igualdade e direitos de pessoas negras, não é só em um dia, e sim o ano inteiro. Diga não ao racismo!”
A aluna Eduarda lamentou a separação que a sociedade faz. “Somos todos iguais, feitos da mesma matéria, respiramos o mesmo ar, vivemos no mesmo planeta, comemos da mesma comida, enfim, somos mesmo duas raças? Somos tão diferentes assim? A luta por igualdade não irá parar até que o último ser pensante que existe no mundo não conseguir entender que todos somos seres humanos, independentemente de cor ou estereótipos.”
A estudante Hana destacou os números para argumentar seu ponto de vista. “Estudos apontam que a cada 10 brasileiros, 6 já presenciaram pessoas negras sendo discriminadas, e que, 84% reconhecem que o preconceito existe, mas que apenas 4% se consideram preconceituosos. (…) É de suma importância que nós negros ocupemos posições de representatividade, não apenas de nossa cultura, mas sim de toda uma sociedade. Só assim ganharemos a verdadeira liberdade de sermos quem somos, e então, o dia 20 de novembro deixar de se chamar ‘Consciência Negra’ para, então, ser chamado de ‘Consciência Humana’.”
Já o aluno Felipe comentou sua decepção em ver tanta discriminação. “Fico super frustrado de saber que ainda tem gente que pensa dessa forma, com tantos estereótipos formados… Me faz querer ter a mesma força que Rosa Parks tinha, quando enfrentou um homem por que ele não queria deixar ela se sentar perto de brancos. Ou buscar uma garra, um controle incrível, assim com o Martin Luther King. Precisamos procurar sermos bem humildes”.
Para a jovem Giovanna Pimentel, é preciso que a indignação se transforme em ações. “Não basta ter um dia dedicado à conscientização. Esta conscientização tem que estar associada à mudança de hábitos e costumes que já não fazem mais sentido na nossa atual sociedade. Mudando agora conseguimos influenciar as futuras gerações e de fato garantir uma conscientização e reparação histórica a quem sempre foi menosprezado na história do Brasil e mundo.”
EQUIPE ABCJ