A ausência completa de leis, regras e instituições parece uma utopia almejada. Mas some-se a tudo isso a ausência de hospitais, água, recursos, alimentos, remédios… Pois esse é o cenário de um local que acabou de passar por um período de guerra. Nessa ausência completa de Estado, a vulnerabilidade impera de tantas formas que fica difícil imaginar como sobreviver. Foi sobre isso que os estudantes do Programa Preparando o Futuro desenvolveram a atividade desta semana.
Tendo como base o vídeo da médica Margaret Bourdeaux, que é analista de politicas de saúde global, feito para o Ted Talks em 2015, os alunos tiveram como desafio pensar sobre a situação do pós-guerra em seus aspectos mais cruéis. E produziram textos muito sensatos sobre o tema.
A aluna Yasmin enfatizou a preocupação com a saúde, “A parte mais importante de uma nação são as organizações de saúde. Todos são dependentes delas. Quando um país entra em guerra, o inimigo tenta atacar o mais vulnerável: a saúde. Quase não percebemos, mas é ela que está acima de tudo, e nessa área precisamos de pessoas que entendam e que saibam o que estão fazendo. Médicos em quem possamos confiar, que estão nos ajudando, e não tentando nos matar”.
A estudante Giovanna Pimentel acredita que todas as gerações devem deixar um legado. “Temos de prezar por mudanças significativas, para cada ser humano no futuro se basear e transformar isso em ciclo infinito. Levo como filosofia de vida a frase de Cora Coralina: ‘Fiz a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores.’. É o que desejo para o futuro das próximas gerações: mudanças positivas em todos os setores essenciais para a vida.”
O despertar de cada um para a alegria que é ter tantos recursos disponíveis foi o destaque da aluna Thaíssa. “As instituições de educação têm a função de fazer nós alunos enxergarmos o que é certo e errado, para que possamos tomar decisões boas para nossa vida, além de garantir conhecimento para seus alunos.”.
A importância da empatia em momento de extrema vulnerabilidade, como o pós-guerra, foi destacada pela Anna Júlia. “A guerra destrói tudo que há numa sociedade funcionando – hospitais, sistemas alimentares, bancos – deixando de um momento pra outro o lugar vulnerável a tudo, principalmente a doença, fome, pobreza. Mas eu acho incrível a empatia do ser humano, de ir atrás, entender e tentar ajudar como pode, porque nessas situações toda ajuda é bem-vinda.”.
O estudante Pedro Fernando destacou a necessidade da ação de instituições desinteressadas em interesses próprios e que se disponham em ajudar. “Depois da guerra, falta o que chamo de ‘assistência assistida’, o que pode levar à ineficiência das medidas tomadas (…) Defendo que, primeiramente, devemos investir para evitar o problema, mas a partir do momento que ele já saiu de controle é aí que devemos redobrar a atenção e supervisionar cada ação e reação. e controlar o que se doa e os objetivos que se pretende atingir com essa ajuda.”
O vídeo que serviu de base para as reflexões está disponível em: https://www.ted.com/talks/margaret_bourdeaux_why_civilians_suffer_more_once_a_war_is_over?utm_campaign=tedspread&utm_medium=referral&utm_source=tedcomshare
EQUIPE ABCJ