Covid-19: atitudes individuais e coletivas podem mudar a história

Na semana em que o número de mortos pela Covid-19 no Brasil ultrapassou a espantosa marca dos 450 mil, os jovens integrantes da turma 2021 do Programa Preparando o Futuro da ABCJ assistiram a uma instigante palestra com o médico Mario de Divitiis. Especializado em cardiologia mas exímio conhecedor da realidade dos hospitais de Jundiai, o especialista compareceu presencialmente à aula semanal no sábado (22) para um bate-papo onde, mais do que mostrar conhecimento técnico, levou todos a refletirem sobre sua participação pessoal na situação do planeta.

De forma simples, convidou os jovens a pensarem sobre seus comportamentos e cuidados contra a propagação do vírus. Mas não deixou de abordar a necessidade de divulgação de informações verídicas e comprovadas sobre o tema, os cuidados com os aspectos psicológicos afetados pelas mudanças e também como as atitudes e pensamentos positivos podem ajudar a aumentar a melhorar a imunidade. Falando sobre sua própria experiência nos hospitais, deu ótimos exemplos sobre como a  atitude individual é capaz de tornar melhor o dia de pacientes, familiares e funcionários.

O aluno Pedro Fernando ficou bastante impressionado com o alerta sobre as fake news. “Mais que a doença, o que mais me preocupa é a forte divulgação de notícias falsas e a politização da doença, onde ‘achismos’ e interesses políticos são, infelizmente, maiores até que a própria ciência. Quem sofre as consequências de tais erros é a população, que em sua gigantesca maioria quer sim remédios e tratamentos, porém, com respaldo técnico e científico. “

Instigada pela palestra, a aluna Luana fez uma pesquisa no Portal da Transparência do Governo Federal para checar os gastos no enfretamento do Coronavírus. “Em 2020, o Brasil destinou R$ 524,02 bilhões (15.85% dos gastos públicos). Já no ano de 2021, até agora, foram disponibilizados R$ 29.27 bilhões (1.88% dos gastos públicos). Os números são importantes pois estamos numa democracia. Passaremos por esse estado de calamidade pública, mas a crise humanitária deixa pessoas vulneráveis, e as situações adversas infelizmente colocam a vida em risco. A pandemia evidenciou ainda que falta investimento na infraestrutura hospitalar e na área acadêmica da saúde – disponibilização de mais bolsas através de programas como Enem, Prouni, Fies – pois com mais profissionais na área, mais pessoas poderiam ser atendidas. “

“A pandemia já me tirou diversas coisas, mas jamais deixarei que ela me tire a esperança. Luto contra ela diariamente e busco mantê-la o mais distante possível de mim e da minha família. Seguir os protocolos é mais do que importante, é necessário! Nunca deixei de acreditar em um novo amanhã, e acredito que em meio a uma pandemia, isso seja mais do que necessário. Não se deixe abalar. Lute e resista! Tenho absoluta certeza de que se cada um fizer sua parte, logo estaremos seguros novamente”, ensina a aluna Giovanna Pimentel.

A abordagem humanizada que De Divitiis demonstrou com os pacientes em seu dia a dia chamou a atenção do aluno Diogo. “Vejo como uma grande importância um diferencial abordado na palestra: a gentileza. Assim como as empresas cobram um diferencial a mais de seus colaboradores, os hospitais deviam cobrar um diferencial desse tipo. Pensei na diferença que faz quando entro em uma sala para ser atendido e o profissional é educado e atencioso, me sinto mais acolhido e de certa forma, sinto que a cura já começa naquele momento.”

A aluna Eduarda abordou os vários aspectos negativos desse período, mas finalizou seu texto de forma otimista. “Acredito que a pandemia tenha um lado bom, pois graças a ela saímos da nossa zona de conforto, nos reinventando cada vez mais: seja no trabalho, no convívio com a família e amigos entre outros. E também nos ensina a valorizar o contato com quem amamos, a falta desse contato nos fez pensar em qual necessário ele é e quando faz falta.”

EQUIPE ABCJ

Deixe um comentário