O tema parecia abstrato. “Chronos e Kairós: Reflexões sobre a Importância do Tempo”. Mas isso antes de os alunos conhecerem o magnetismo que o professor Hildon Vital de Melo exerceria sobre eles nos 40 minutos seguintes, através dos quais levou os estudantes para um mundo de mitos, arte, cultura e filosofia para despertar uma profunda reflexão sobre a importância do tempo. Foi assim o início da manhã do sábado (20) para os integrantes da turma 2022 do Projeto Preparando o Futuro, marca registrada da ABCJ.
Foram minutos de muita atenção, risos e profundo envolvimento dos jovens, que se embarcaram na narrativa do professor, abordando o aproveitamento do tempo, não apenas para que se produza algo mercadológico, mas para um emprego qualitativo desse tempo. De forma curiosa, e contando fatos importantes de sua vida pessoal mescladas com o conhecimento filosófico, Prof. Hildon conquistou os alunos, que ainda participaram de um sorteio do livro “Anacrônicas de Jundiaí”, de autoria do professor, filósofo e escritor. A agraciada foi a aluna Renata do Nascimento Mariano.
“Agradeço a palestra por ter me feito lembrar o porquê todos os dias eu acordo com vontade de viver e fazer! Aproveitar o que temos agora, o tempo que passamos com quem amamos e aproveitar o que vivemos é a melhor coisa que vamos fazer em toda nossa vida”, escreveu a aluna Ana Louisa Rosa Prates ao concluir sua reflexão.
A jovem Maria Eduarda Malagori Amorim questionou: “O que mais frustra é encarar a escravidão moderna já estabelecida, com pessoas cansadas demais para verem as correntes em seus pés e com sede de (in)justiça para aqueles que não rodam as engrenagens tão rápido quanto deveriam, enquanto a parcela dos que desfrutam continuam criando crises para que não consigamos focar no verdadeiro problema. No final da vida, quando nos vemos inúteis e descartáveis demais para continuar produzindo para a sociedade, quanto tempo do nosso tempo foi realmente nosso?”
Para o estudante Vitor Lorran Pacheco dos Santos, a análise do tempo qualitativo e quantitativo é essencial. “Quando entendemos quem nós somos, quando passamos a respeitar e agir educadamente com as pessoas, isso faz com que desfrutemos o melhor lado da vida, evitando decepções, caos, situações desconcertantes e, assim, tendo mais tempo qualitativo que quantitativo. Isso não só para nós e sim para todos ao nosso redor. Eu acredito que isso só é possível graças à reflexão que temos que fazer todos os dias a respeito de quem fomos ontem e como podemos ser melhores hoje”.
A jovem Bruna Xavier da Silva fez um desabafo. “A palestra fez pensar no nosso tempo e como vivemos no automático, sem nos lembrarmos que realmente estamos vivendo uma vida que logo irá terminar. Pensar e refletir sobre a qualidade do nosso tempo é acalentador e despertador. Estamos sempre correndo atrás de algo e esquecemos de aproveitar a nossa caminhada. Espero aproveitar o meu processo e sempre me lembrar que estou vivendo uma vida”.
O aluno Geovany Rodrigues Rezende fez mais que um texto. Escreveu um poema sobre o tema apresentado, e vale a pena ser aqui reproduzido. Chama-se ‘Tempo do tempo ao tempo’
“Passa o tempo e não me contento.
Perco tempo por ser desatento.
Sinto o tempo passar a cada momento.
Onde estás tu ó curador dos ferimentos?
O tempo a passa, o tempo morre.
Não vivo o tempo, a dor me consome.
Ter tempo para viver, tempo a se conquistar,
Ter tempo para perder, tempo a se ganhar,
Tempo de morrer, o tempo vai acabar.
Tempo que sinto,
Sinto que o tempo passa.
Tempo que vivo,
O tempo me cura e me abraça.
Não se controla o tempo,
Do tempo não se foge.
O tempo é um Deus,
Que não possui devotos.
O tempo não agracia a ninguém,
Ele é igual para todos.
O tempo pertence a ninguém.
És tu ó tempo, o Todo Poderoso?”
EQUIPE ABCJ