Palestra de jovem cantora leva alunos a refletirem sobre a música como remédio

Que a música exerce um grande poder sobre o ser humano não é nenhuma novidade. Das sinfonias clássicas, compostas por profundos conhecedores dos instrumentos e da harmonia, ao cantarolar meigo de uma mãe a embalar uma criança, ela leva vida e desperta sentimentos variados. Da mesma forma, músicas com apelo mais agressivo são capazes de libertar o que também há de mais violento em alguém, numa epifania desencadeada pelo estímulo da audição. Para a jovem cantora e compositora Esha Alwani, a música é também um medicamento. E foi isso que os alunos do Projeto Preparando o Futuro puderam conhecer nessa semana.

Como no sábado (18) não houve aula presencial no Senai, os jovens foram convidados a assistir ao vídeo da palestra que Esha proferiu para o Ted Talks em 2018. Nele, ela conta sua experiência com a Síndrome de Tourette, da qual é portadora e que a leva a ter vários tiques e fazer sons estranhos involuntariamente. Embora tenha tentado tratamentos e medicamentos, a única solução para ela foi a música. Enquanto canta e compõe, todos os movimentos involuntários cessam, demonstrando a importância da arte em sua vida.

O tema apresentado envolveu os alunos, principalmente os que têm habilidade com algum instrumento, como é o caso do estudante Felipe Oscar Farias da Rocha. “A música foi o que salvou a vida dela, o que deu um ar de esperança a ela. Não só para uma pessoa com síndrome de Tourette, mas pra diversas outras pessoas que sofrem com doenças ou distúrbios, podemos dizer que a música não é só um remédio pra sua parte material, mas é um remédio pra alma também”, acredita

A aluna Bruna Xavier da Silva lembrou da série que faz sucesso entre os adolescentes e que na atual temporada enaltece a importância da música.Esha descreve sua história de superação com muita persuasão. Veio-me ao pensamento a série Stranger Things, onde eles retratam que sua música favorita te salvaria de uma morte certa. Acho que a música tem esse poder de conexão e salvação por alcançar nosso íntimo. (…) Esha e a música se complementam de forma harmônica, dependendo uma da outra para se salvar.”

O jovem Kauê Maikon Evangelista dos Santos viveu uma experiência importante com a música. “Já tive crises de ansiedade absurdamente caóticas, a ponto de pensar que iria morrer, pois eu não sentia o ar entrando. Quando a música se tornou parte de mim, percebi que quanto mais eu escutava, mais eu sentia que estava fazendo amizade com a paz, os problemas pareciam sumir, pois eu estava ocupado cantando pela casa! Para tudo na vida tem uma saída ou uma resposta, não somente no caso da música. Muitas pessoas foram “salvas” pelo esporte, estudo, profissão e etc.”

Andrey Augusto Lima Ribeiro destacou a visão do filósofo Platão sobre a música. “Uma frase muito especial pra mim e o que sintetiza tudo isso é a de Platão, que disse: ‘A música é uma lei moral. Ela dá alma ao universo, asas à mente, vôo à imaginação, um encanto à tristeza, alegria e vida a tudo. É a essência da ordem, e leva a tudo que é bom, justo e bonito, da qual é a forma invisível, mas deslumbrante, apaixonada e eterna.’ Para mim, uma vida sem música não é uma vida bem vivida”.

A aluna Maria Eduarda Malagori Amorim frisou o preconceito que a jovem cantora sofreu por conta dos movimentos e sons involuntários. “Ser diferente é estranho, mas ser estranho nunca foi um problema, foi apenas mais um nome que deram para que consigamos desistir com mais facilidade da nossa singularidade, do nosso ‘Eu’. Afinal, é muito mais simples e eficaz controlar uma massa padronizada”, resume.

EQUIPE ABCJ

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